O jornalista húngaro László Biró, juntamente com seu irmão György,
criou em 1938 uma caneta recarregável com uma ponta arredondada de metal no
lugar da pena da caneta-tinteiro. John Loud inventara a caneta esferográfica em
1888 mas o modelo apresentava muitos vazamentos. Lászlo Biró aperfeiçoou [1] este modelo comprimindo o
reservatório de plástico na qual a tinta era acondicionada. Devido à força da
gravidade, a tinta umedecia a esfera, e esta, ao girar, a distribuía de modo
uniforme pelo papel sem sujar os dedos ou provocar borrões. Trabalhando como
editor de uma revista em Budapeste, Biro ficava impressionado pela tinta de
secagem rápido dos tipógrafos e pensou em utilizar o mesmo princípio à escrita. [2] Durante a Segunda Guerra
Mundial, Biró e sua família fugiram da Hungria, indo primeiro para Paris e
depois para Buenos Aires[3]. Na Argentina o inventor teve a ideia de substituir a tinta por uma pasta
líquida. Em 1943, László Biró recebeu a patente da primeira caneta
esferográfica como a conhecemos hoje em dia. Um ano mais tarde, apareceram as
primeiras esferográficas no mercado argentino pela recém criada empresa Eterpen
Company. No lançamento no mercado norte-americano, em 1945, as primeiras 10 mil
canetas esferográficas foram vendidas em 24 horas, apesar do elevado preço de mais de 8
dólares a unidade. O seu inventor, entretanto, não teve participação nos
lucros. Biró já havia vendido sua patente (US2390636 com prioridade na patente
argentina ARX564172 de 1943) por 1 milhão de dólares. Em contrapartida, o comprador,
o barão francês Marcel Bich, cuja firma BIC (Biro Crayon) liderou o mercado
mundial de esferográficas, se tornou bilionário.[4]
[1] CHALLONER, Jack. 1001
invenções que mudaram o mundo. Rio de Janeiro:Ed. Sextante, 2010, p. 452
[2] READER’S DIGEST, História
dos grandes inventos, Portugal, 1983, p. 338
[3] DUARTE, Marcelo. O
livro das invenções. São Paulo: Cia das Letras, 1997. p. 52.
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