Em 2015 em Warner-Lambert Company v Actavis Group [2015] EWHC
72 (Pat)] a Corte inglesa entendeu que a venda de um medicamento genérico para
tratamento de dor, ansiedade e epilepsia não constituía contrafação de uma
patente UK0932061 de uma reivindicação na fórmula Suíça (uso da pregabalina para preparação de uma composição farmacêutica para
o tratamento de dor) pois o farmacêutico ou atacadista não estaria usando
este produto para fabricação de um medicamento[1].
O processo de fabricação propriamente dita é realizado na Bulgária. Por ser uma
patente de processo e não uma reivindicação de produto seria necessário
caracterizar uma contrafação direta segundo a seção 60(1)(c) do Patent Act de
1977 que prevê a contrafação nos casos de produto obtido diretamente por meio
de processo patenteado, o que não estaria caracterizado. O fornecimento do
medicamento para uso imediato não constitui infração indireta. A Corte conclui
que a intenção do paciente ao usar o medicamente não é relevante para a análise
de contrafação, o que importa é a intenção do fabricante na época em que a
fabricação foi realizada. O juiz sugere que os médicos ao prescreverem suas
receitas indiquem o nome de marca quando indicado o medicamento para o uso
patenteado, e indiquem o nome genérico do medicamento quando para indicações
não patenteadas, evitando-se desta forma qualquer possibilidade de
enquadramento em uma situação de contrafação.[2]
Na Alemanha decisões da Corte de Dusseldorf em 2004[3]
concluem que terceiro que comercializem um medicamento com a mesma indicação de
uso em sua bula constitui uma infração direta da patente de uso. Em alguns
casos a simples informação em material de propaganda não foi considerada
suficiente para caracterizar esta contrafação direta. [4]
Uma decisão de abril de 2015 da Corte de Hamburgo[5]
concluem que as empresas de genéricos devem deixar claro que seus produtos não
poderão ser comercializados para usos patenteados na reivindicação do tipo
fórmula Suíça. A infração indireta está caracterizada se a substância como tal
é oferecida ainda que a bula não indique o uso patenteado, uma vez que na
situação em disputa era óbvio que os medicamentos fornecidos seriam utilizados
nas indicações de tratamento de doenças patenteadas. O escopo de uma patente na
fórmula Suíça é desta forma bastante amplo no entendimento da decisão em
Hamburgo, mais amplo daquele encontrado na decisão em Dusseldorf.[6]
[1] UK: The English Patents
Court waxes Lyrica®-l about infringement of Swiss-type patent claims,
17/12/2015 http://www.eversheds.com/global/en/what/articles/index.page?ArticleID=en/Healthcare/UK_The_English_Patents_Court_waxes_Lyrica_
[2]
ENGLAND, Paul; LUNZE, Anja. Infringement of second medical use patentes,
fevereiro 2015 www.taylorwessing.com/synapse/february15.html
[3]
Düsseldorf District Court, docket number 4a 0 12/03, 24 February 2004, GRUR-RR
2004, 193 – Ribavirin; Düsseldorf Court of Appeal, docket number 2 U 54/11, 31
January 2013 – Cistus Incanus; Düsseldorf District Court, docket number 4a O
145/12, 14 March 2013 – Chronic Hepatitis C
[4]
Düsseldorf Court of Appeal, docket number 2 U 54/11, 31 January 2013 – Cistus
Incanus; Düsseldorf District Court, docket number 4a O 145/12, 14 March 2013 –
Chronic Hepatitis C.
[5]
District Court Hamburg, decisions of 2 April 2015, docket numbers 327 O 67/15,
327 O 132/15, 327 O 140/15, 327 O 143/15 – Pregabalin.
[6]
LUNGE, Anja. Infringement of second medical use patents – important
developments in Germany, setembro 2015,
http://united-kingdom.taylorwessing.com/synapse/ti-infringe2ndmed-ger-sep15.html