terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Marechal Casimiro e a tecnologia nacional

Em 1952 o holandês Anthony Fokker recebeu uma proposta do Ministério da Aeronáutica do Brasil propondo a construção de uma fábrica no Rio de Janeiro. O Coronel Casimiro de Abreu, idealizador do ITA que viria a ser no futuro o embrião da Embraer, encaminhou proposta para fabricação de 200 aviões Fokker a serem construídos no Brasil incluindo a fabricação de 50 jatos S-14, top de linha na época. Para o empreendimento o governo financiaria a criação da Fokker Indústria Aeronáutica com capital de 20 milhões de cruzeiros, divididos meio a meio com a empresa holandesa e um grupo de empresários nacionais. O Brasil teria uma fábrica de aviões e incorporaria a tecnologia dos holandeses. O acordo foi denunciado na imprensa pelo Brigadeiro Eduardo Gomes como uma negociata sob a acusação de uso de dinheiro publico para financiar interesses privados, frustrando-se assim uma iniciativa considerada promissora para tecnologia nacional na avaliação do Brigadeiro Casimiro de Abreu.[1] O projeto foi prejudicado pelo fim do governo Vargas em 1954 e a consequente substituição do Ministro da aeronáutica Nero Moura por Eduardo Gomes que logo ao assumir tentou anular o contrato com a Fokker, no entanto o Tribunal de Contas garantia à empresa o direito a lucros cessantes. O governo por sua vez retardou pagamentos, tornando a empresa inviável economicamente, com entregas atrasadas até que veio a pedir concordata e sua fábrica no Galeão ser transformada em Parque d e manutenção em 1965.[2]
Marechal Casimiro de Abreu




[1] MORAIS, Fernando. Montenegro: as aventuras no Marechal que fez uma revolução nos céus do Brasil, São Paulo:Planeta, 2006, p. 162
[2] BERTAZZO, Roberto Portella. A crise na indústria aeronáutica brasileira: 1945-1988. Universidade federal de Juiz de Fora, 2003 http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/MRPB.pdf

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