Em 1952 o holandês Anthony Fokker recebeu
uma proposta do Ministério da Aeronáutica do Brasil propondo a construção de
uma fábrica no Rio de Janeiro. O Coronel Casimiro de Abreu, idealizador do ITA
que viria a ser no futuro o embrião da Embraer, encaminhou proposta para
fabricação de 200 aviões Fokker a serem construídos no Brasil incluindo a
fabricação de 50 jatos S-14, top de linha na época. Para o empreendimento o
governo financiaria a criação da Fokker Indústria Aeronáutica com capital de 20
milhões de cruzeiros, divididos meio a meio com a empresa holandesa e um grupo
de empresários nacionais. O Brasil teria uma fábrica de aviões e incorporaria a
tecnologia dos holandeses. O acordo foi denunciado na imprensa pelo Brigadeiro
Eduardo Gomes como uma negociata sob a acusação de uso de dinheiro publico para
financiar interesses privados, frustrando-se assim uma iniciativa considerada promissora
para tecnologia nacional na avaliação do Brigadeiro Casimiro de Abreu.[1]
O projeto foi prejudicado pelo fim do governo Vargas em 1954 e a consequente
substituição do Ministro da aeronáutica Nero Moura por Eduardo Gomes que logo
ao assumir tentou anular o contrato com a Fokker, no entanto o Tribunal de
Contas garantia à empresa o direito a lucros cessantes. O governo por sua vez
retardou pagamentos, tornando a empresa inviável economicamente, com entregas
atrasadas até que veio a pedir concordata e sua fábrica no Galeão ser
transformada em Parque d e manutenção em 1965.[2]
Marechal Casimiro de Abreu
[1] MORAIS, Fernando. Montenegro: as aventuras no Marechal que fez uma revolução nos céus do Brasil, São Paulo:Planeta, 2006, p. 162
[2] BERTAZZO, Roberto Portella. A crise na indústria aeronáutica brasileira: 1945-1988. Universidade federal de Juiz de Fora, 2003 http://www.ecsbdefesa.com.br/fts/MRPB.pdf
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