41º Congresso ABPI
PI no agronegócio: da tecnologia genética à automação
André Dias, Spark
A inovação e a produtividade foi o que alavancou a maior produção de soja do que propriamente a expansão em área. Hoje soja convencional é apenas 3% da área plantada, a maior parte é Round Ready e BT. Ou seja, a grande parte é tecnologia proprietária. A tecnologia custa 40% a mais por hectare ao agricultor, mas isso leva a um retorno sobre o investimento o que justifica essa enorme do agricultor. Na área de defensivos 28% do produtos tem patente, 27% já não tem patente mas são comercializados ainda pelo titular da patente no passado e 44% são de outros produtos. O custo de introdução de novas moléculas cresce exponencialmente nos últimos 20 anos e num país tropical as pragas agrícolas são mais intensas. Hoje a ciência demanda muito mais estudos, se em 1970 a cada 5 mil moléculas por ano e conseguíamos 1 novo produto, hoje são mais de 160 mil moléculas e o número de testes muito mais rigorosas, ou seja, o custo de desenvolvimento aumentou muito se antes gastávamos 150 milhões/ano para cada novo produto , hoje são mais de 280 milhões de dólares por ano. Hoje há menor atratividade para culturas de menor valor agregado. Se antes tínhamos 120 registros por ano hoje temos 420, mas a grande maioria 90% são de produtos genéricos equivalentes , ou seja, não são produtos novos. Mesmo os genéricos levam três anos para o registro, que e uma média muito superior à internacional, temos casos de produtos que levaram doze anos para o registro. Tudo isso é tempo perdido para usufruir na exclusividade de comercialização pela patente, o que é um grande desestímulo, uma vez que agora o tempo está limitado a vinte anos sem qualquer margem para compensação de atraso. Em 2014/15 27% dos decisores das fazendas 27% tinha pós graduação, hoje são 32%, da mesma forma os que tinham apenas nível fundamenta diminuiu, o que mostra claramente que o campo rejuvenesceu e aumentou sua especialização, e isso, traz uma maior expectativa de inovação. A cultura da PI não está na universidade, o professor não pensa nisso, isso começa a engatinhar com iniciativas de alguns ex alunos, mas estamos ainda anos luz atrás de outros países nessa cultura em propriedade industrial.
Mariana Caetano, KPTL
A KPTL está no mercado há trinta anos como gestora de venture capital no Brasil. Nas start ups muitas se esquece de proteger o hardware e o software, por exemplo uma empresa que pediu patente para uma balança na área agrícola e conseguiu derrubar o produto da multinacional por ter feito essa patente. A KPTL atua em diversos setores e não apenas agronegócio. No agronegócio o número de negócios tem crescido bastante entre as quais agrotools, imeve, intergado entre outras. A KPTL é resultado da fusão entre A5 Capital Partners e Inseed Investimentos, duas das mais experientes gestoras de VC do Brasil (https://kptl.com.br/quem-
Edson Souza, Bayer
Segundo a Bill & Melinda Gates os investimentos em agricultura são a melhor arma contra a fome e a pobreza, e conseguem tornar melhor a vida para bilhões de pessoas. Essa época de pandemia apesar dos problemas viu o desenvolvimento de novas vacinas em um tempo tão curto. Em meados do século passado nossa agricultura era rudimentar e a soja inexpressiva na agricultura brasileira sem qualquer maquinário agrícola. Hoje o cenário mudou muito. Se no passado se dizia que os jovens se não estudassem estariam condenado a viver no campo, hoje é o contrário, para lidar com essas novas tecnologias é preciso estudar. O Brasil saiu da condição de importador de alimentador para a de um grande provedor mundial. Estamos entrando na agricultura 4.0. Mas essa trilha do futuro tem desafios. Até 2050 teremos mais 2.2 bilhões de pessoas o que é um desafio para produção de alimentos para toda essa gente. Paralelamente existe expectativa de perda de colheita em 17% e redução de 20% em terra arável, ou seja, precisamos produzir alimentos cada vez de modo mais racional. Esse é o desafio da Bayer e a resposta é a inovação como parte de uma solução sustentável. Atuamos na área de sementes e traits, proteção de cultivo e agricultura digital. Cada vez mais conseguimos produzir mais com menos recursos naturais. Antes o que se fazia em melhoramento vegetal por tentativa e erro hoje é feito com a edição genômica e com a engenharia genética a partir dos anos 1990, de modo a conseguir uma precisão muito maior. Pode-se habilitar ou desabilitar uma característica da planta, por exemplo, pela tecnologia CRISPR-Cas9 que levou ao Nobel de Química em 2020 a francesa Emmanuelle Charpentier e a norte-americana Jennifer A. Doudna. Essa tecnologia é aplicada na redução de perdas nas colheitas e combate a doenças. No projeto de milho de estatura baixa usamos técnicas de edição genômica e melhoramento, ou seja, diferentes técnicas combinadas. Há uma acirrada disputa sobre a patente do CRISPR-Cas9 ainda sem solução final entre Broad Institute, Berkeley e MIT/Harvard numa época (2012) em que ainda valia o first to invent, o que levou a procedimentos de interference pela regra antiga. Tais técnicas seriam patenteadas no Brasil. Uma das técnicas de edição genômica em consulta no CNTBio é o amido ceroso que produz um alimento extremamente nutritivo (https://croplifebrasil.org/
Priscila Mayumi, ABPI
O setor agro é o que mais gera empregos no mundo. No Brasil o agronegócio representa 27% do PIB em 2020, a maior da história, e em um ano que tivemos as dificuldades da covid. Isso favorece a capitalização necessária para novos investimentos. Em 2021 estima-se segundo o CEPAE o agro pode ultrapassar os 30% do PIB. De 2018 a 2028 há perspectivas para produção de grãos de 230 milhões de tonalidade para 300 milhões de toneladas. A área plantada deve crescer 15%. Segundo a CAGED o agro abriu novos empregos na contramão de outros setores. No entanto em termos de inovação ainda deixa a desejar com a posição 66º no Global Innovation Index / WIPO atrás da Costa Rica. Há riscos inerentes do processo produtivo, climática e de câmbio logo para se manter competitivo ele precisa de cada mais eficiência e inovação. Em 2019 o INPI constatou que apenas 43% das start up usavam PI (https://www.gov.br/inpi/pt-
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