Douglas
Engelbart do Instituto de Pesquisa Stanford (SRI), nos EUA, descreveu em 1968
um protótipo do que viria a se tornar o mouse. Apesar de só ter sido apresentado
em 1968, numa apresentação que ficou conhecida como a “Mãe de todas as demonstrações”[1] onde se apresentava os recursos de um computador pessoal conectado em rede, o
acessório foi descrito em 1962 por Engelbart [2].
Uma patente (US3541541) foi depositada em 1967 e concedida em 1970, muito
embora o protótipo não fosse nada ergonômico e estivessse sujeito a inúmeros
aperfeiçoamentos. O sistema, conhecido como Sistema oN Line ou NLS utilizava uma
tela, usava gráficos vetores, hipertextos com links nos quais se podeia clicar
e janelas, tudo controlado pelo mouse. As ideias [3] foram aperfeiçoadas por Alan Kay da Xerox que introduziu o conceito de ícones
acionando programas. O conceito estava presente na tese de doutorado no MIT de Ivan Sutherland sobre um programa
chamado Sketchpad pionerio no uso de interfaces gráficas com ícones e gráficos
na tela para interação com o usuário, ao qual Alan Kay teve acesso.[4] O
Xerox PARC localiza-se no parque industrial de Stanford, distante cerca de 5
mil quilômetros da sede da empresa em Rochester, Nova Iorque para que não fosse
contaminado pela mentalidade da burocracia da corporação.
Douglas Engelbart, contudo, não recebeu royalties [5], em parte porque quando a patente expirou em 1987, a revolução dos microcomputadores pessoais, que difundiriam a invenção, ainda estava em seu início, e nesta época os mouses existentes já se utilizavam de mecanismos de funcionamento distintos que não constituíam contrafação, tais como os usados por Steve Jobs da Apple no Macintosh Plus de 1986. O modelo da Xerox tinha três botões, era dotado de duas rodas que conferiram movimentos apenas horizontais e verticais, custava trezentos dólares e não rolava suavemente. Steve Jobs contactou Dean Hovey, de uma firma de design industrial, propondo um modelo de botão único, que custasse quinze dólares, que pudesse ser usado em diversas superfícies com movimentos suaves em qualquer direção. A solução viria com a introdução de uma esfera no mecanismo do mouse, o que permitiria atingir as exigências traçadas por Steve Jobs. [6]
[1]
ISAACSON, Walter. Os inovadores: uma biografia da revolução digital, São Paulo:
Cia das Letras, 2014, p. 293
[2]
http://g1.globo.com/Noticias/Tecnologia/0,,MUL916208-6174,00-LANCAMENTO+DO+MOUSE+COMPLETA+ANOS.html
[3] CHALLONER, Jack. 1001 invenções que mudaram o mundo.
Rio de Janeiro:Ed. Sextante, 2010, p. 793
[4]
ISAACSON, Walter. Os inovadores: uma biografia da revolução digital, São Paulo:
Cia das Letras, 2014, p. 298
[5]
http://en.wikipedia.org/wiki/Douglas_Engelbart
[6]
ISAACSON, Walter. Steve Jobs por Walter Isaacson: a biografia. São Paulo: Cia.
das Letras, 2011, p.188
[7] https://www.learning-history.com/douglas-engelbart-inventor-computer-mouse/
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