Robert Milikan em sua experiência da medição da carga do
elétron francamente rejeitava muitas de suas medições tidas como “artefatos”. Gerald
Horton mostra que nos cadernos de Milikan ao refazer suas experiências em 1913
seleciona 58 experiências de um total de 140. Louis Pasteur em seus
experimentos com a vacina contra o antraz, segundo artigos publicados na época
por Robert Koch, não preparou adequadamente suas amostras o que o que levou a
usar alguns germes que eram fracos demais para proporcionar proteção e outros
tão fortes que podiam infectar animais saudáveis. Nos testes da vacina contra
raiva embora 60% dos cachorros que ele havia tratado tivessem de fato
sobrevividio, esta era a mesma percentagem da mostra de cachorros não tratados pela
vacina que também haviam sobrevidido, o que mostra uma manipulação dos dados
experimentais. [1] Os
cientistas que realizaram as medições do eclipse solar em 1919 em Sobral no
Brasil e na África selecionaram experimentos para anunciar a confirmação da teoria
de Einstein de que a massa gravitacional deformava o percurso da luz.[2]
As fotografias tiradas em Sobral, que favoreciam a tese newtoniana, foram ignorados
supostamente por erros de medição. Segundo Harry Collins: “a ciência, na realidade, não avança a partir de previsões teóricas
apresentadas com clareza que são, então comprovadas ou refutadas. Mais
propriamente, validade atribuídas a
deduções teóricas está intimamente vinculada a nossa capacidade de fazer
medições. Teoria e medições andam lado a lado de forma mais sutil do que
normalmente se tem noção”.[3]
[1]
GOLDSMITH, Mike. Os cientistas e sesu experimentos de arromba. Coleção Mortos de
Fama, São Paulo:Cia das Letras, 2007, p.146
[2]
GOLDSMITH, Mike. Os cientistas e sesu experimentos de arromba. Coleção Mortos de
Fama, São Paulo:Cia das Letras, 2007, p.183
[3]
PINCH, Trevor; COLLINS, Harry. O golem: o que você deveria saber sobre ciência,
São Paulo:Unesp, 2003, p.72
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