Para
o industrial Roberto Simonsen: “segundo a
moderna orientação, as indústrias vão sendo exercidas nos meios adiantados com
a preocupação máxima de servir, de serem úteis aos meios em que se acham
estabelecidas, sendo o ganho, antes que um fim, uma função decorrente’”. Na
análise de Nícia Vilela Luz: “o que
havia, porém, de novo no pensamento de Roberto Simonsen era o seu conceito de
função social da indústria, conceito pelo qual ele procurava reconciliar a
indústria com os interesses nacionais e reintegrá-las na nacionalidade
brasileira, harmonizando capital e trabalho”.[1]
Para Simonsen: “Impõe-se, assim, a
planificação da economia brasileira em moldes capazes de proporcionar os meios
adequados para satisfazer as necessidades essenciais de nossas populações, e
prover o país de uma estrutura econômica e social forte e estável...” E
complementa: “A parte nucleal de um
programa dessa natureza... tem que ser constituída pela industrialização”. [2]
Em texto de 1945 Roberto Simonsen defende que o egoísta homo economicus seja substituído pelo moderno “homem social”: “Impõe-se,
assim, a planificação da economia brasileira, em moldes capazes de proporcionar
os meios adequados para satisfazer as necessidades essenciais de nossas
populações e prover o país de uma estrutura econômica e social forte e estável,
fornecendo à nação os recursos indispensáveis à sua segurança e à sua colocação
em lugar condigno na esfera internacional. A ciência e a técnica modernas
fornecem seguros elementos para o delineamento dessa planificação” e
recomenda a criação junto ao Ministério Público de um organismo
técnico-jurídico, ao qual caberá combater os monopólios, os trustes, os
cartéis, os abusos de direitos de patentes e outras manobras de restrição da
produção e alta artificial de preços.[3]
A Lei nº 7666 de 1945 criou o CADE
Comissão Administrativa de Defesa Econômica.
Roberto Simonsen [4]
[1]
LUZ, Nícia Vilela. A luta pepla industrialização do Brasil, São Paulo:Alfa
Ômega, 1975, p.162
[2]
A controvérsia do planejamento na economia brasileira; coletânea da polêmica
Simonsen x Gudin, desencadeada com as primeiras propostas formais de
planejamento da economia brasileira ao final do Estado Novo/ Roberto Cochrane
Simonsen, Eugenio Gudin. - 3ª ed. – Local: Ipea, 2010, p.14, 130
[3]
IPEA, op.cit.p.120
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