segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Examinadores mais experientes = maior taxa de concessão ?


Um estudo realizado por Iain M. Cockburn, Samuel Kortum e Scott Stern com examinadores do UPSTO com base em pareceres publicados entre 1997 e 2000, mostra que não há evidências de que o tempo de experiência do examinador tenha alguma relação com o fato do CAFC declarar a patente inválida após a concessão. Examinadores mais “generosos” que concedem patentes mais amplas, tem uma maior tendência em ter as suas patentes rejeitadas na Corte de Recursos do Federal Circuit (Court of Appeals for the Federal Circuit, CAFC) [1]. Lichtman encontra variações significativas entre examinadores em termos de frequência com que são solicitadas emendas no quadro reivindicatório. [2] Mark Lemley e Bhaven Sampat em estudo com cerca de 10 mil pedidos depositados em janeiro de 2001 no USPTO chegam a conclusão que examinadores com mais de 5 anos de experiência em relação aos examinadores com apenas 2 a 4 anos de experiência tem (i) taxas de concessão 11 pontos percentuais superiores, (ii) citam menos documentos do estado da técnica, (iii) possuem menos rejeições em primeiro exame (mais concessões em primeiro exame)  o que sugere que os examinadores com menos tempo de experiência são mais exigentes no exame de patente. Com relação aos pedidos que foram concedidos na EPO o estudo não mostra diferença sifnificativa enre examinadores mais e menos experientes no que diz respeito a taxa de concessão no USPTO, no entanto se tomarmos os pedidos rejeitados na EPO os examinadores mais experientes no USPTO tendem a ter uma taxa de comcessão maior. Tomando-se o conjunto total de dados dos 2180 pedidos concedidos no USPTO 1143 foram concedidos na EPO (52%) ao passo que dos 1271 pedidos concedidos na EPO um total de 1143 aabaram concedidos no USPTO (89%) o que mostra que o exame na EPO é mais rigoroso. Entre as razões apontadas para a maior taxa de concessão entre examinadores mais experientes encontram-se o fato destes estarem menos familiarizados com as técnicas mais recentes e, portanto, estão mais propensos a deferir os pedidos. Um segundo motivo é que para os examinadores mais experientes tem menos tempo para exame pois devem apresentar mais exames na produção.[3]
 



[1] COCKBURN, Iain; KORTUM, Samuel; STERN, Scott. Are All Patent Examiners Equal? The Impact of Examiner Characteristics. NBER Working Paper No. 8980 jun.2002. http: //www.nber.org/papers/w8980
[2] LICHTMAN, Douglas. Rethinking prosecution history estoppel. Chicago Law Review, 2004, v.71, n.1, p.151-182.
[3] LEMLEY, Mark; SAMPAT, Bhaven. Examiner characteristics and patent office outcomes, The Review of Economics and Statistics, 2012, v.94, n.3, http://ssrn.com/abstract=1329091

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