quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Bernard Sanders, prêmios & inovação

Nos Estados Unidos em mensagem ao Congresso em 1790 George Washington escreveu: “o saber é em todos os países a mais segura base de felicidade pública. Ele é essencial num país como o nosso onde as medidas do governo decorrem, tão imediatamente dum senso de comunidade” e recomenda o estabelecimento de uma universidade nacional e de “uma agência nacional central incumbida de colecionar e difundir informação e habilitada para encorajar e auxiliar o espírito  de descoberta e de progresso por meios de prêmios e de pequenos auxílios pecuniários”.[1] O deputado Bernard Sanders apresentou a HR 417 propondo a Lei do Prêmio para Inovação Médica.[2] O projeto embora tenha sido apoiado por uma série de entidades da sociedade civil organizada, não se converteu em lei. Em 2007 Sanders agora como senador reapresentou a proposta agora como S.2210 prevendo a criação de um Fundo para financiar este prêmio. Na avaliação de Vítor Vieira: “Prevalece no caso o medo do desconhecido, afinal, é impossível prever quais são os resultados da substituição de um modelo centrado na patente por outro ancorado em prêmios, mormente quando um tema que é objeto de legislação internacional é alterado de forma profunda apenas em âmbito doméstico [...]A substituição pura e simples de um método por outro não parece trazer resposta adequada aos dilemas do incentivo à criação intelectual na indústria farmacêutica”. [3] Em outra experiência nesta área o CPTech (em inglês, Consumer Project on Technology), uma organização não-governamental, com escritórios em Washington, Londres e Geneva, se dedica a reunir e produzir informações sobre o acesso ao conhecimento e sobre propriedade intelectual [4]. O NIH estimula novas invenções na área médica promovendo créditos em redução de impostos para inovações em novas terapias ou que reduzam os gastos médicos. Os benefícios podem alcançar até 5 milhões de dólares por empresa [5]. A Assembléia Mundial de Saúde em maio de 2006 aprovou a resolução WHA60.30  qual recomenda ao diretor geral da organização encorajar o desenvolvimento de mecanismos para estimular a pesquisa no setor de saúde. Na reunião de maio de 2008 o assunto foi retomado com a proposta de instalação de prêmios com o objetivo de estimular pesquisas de doenças que desproporcioanlmente afetam os países em desenvolvimento. Na OMS em reunião de abril de 2008 Bolívia e Barbados apresentaram proposta de prêmio para inovações na área médica[6]
 


[1] MONROE, Paul. História da educação, S]ao Paulo:Cia Editora Nacional, 1974, p.339
[2] LOVE, James; HUBBARD, Tim. The big Idea: the prizes to stimulate R&D for new medicines. Chicago Kent Law Review, 2007 v.82, n.3, p.1520-1554 http://www.cklawreview.com/wp-content/uploads/vol82no3/Love.pdf.
[3] VIEIRA, Vitor André Monteiro. O prêmio como incentivo à criação de bens intelectuais na indústria farmacêutica. In: Revista Eletrônica do IBPI, 2012, n. 6, p.290 http://www.wogf4yv1u.homepage.t-online.de/media/fc1a1cbd42ddbd27ffff8033ffffffef.PDF
[4] The Medical Innovation Prize Fund http: //www.cptech.org/ip/health/hr417/.
 
[5] JENEI, Stephen. Application guidelines released for the therapeutic discovery tax credit. jun. 2010 http: //www.patentbaristas.com/archives/2010/06/25/application-guidelines-released-for-the-therapeutic-discovery-tax-credit/?utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+PatentBaristas+%28Patent+Baristas%29.
 
[6] GOMBE, Spring; LOVE, James. New medicines and vaccines: Access, incentives to investment, and freedom to innovate. In: KRIKORIAN, Gaelle; KAPCZYNSKI, Amy. Access to knowledge in the age of intellectual property, Zone Books: Nova Iorque, 2010, p.536

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