terça-feira, 24 de novembro de 2020

Primeira patente de um brasileiro

 

Na época de colônia patentes concedidas em Portugal poderiam ter aplicabilidade no Brasil, tal como a concedida ao jesuíta Bartolomeu de Gusmão para “um maquinismo para fazer subir a água a toda distância que se quiser levar”. O privilégio de invenção foi expedido pelo Senado da Câmara da Bahia em 12 de dezembro de 1705 [1] tendo sido ratificado pela Provisão real do monarca D. João V em 23 de março de 1707, sendo considerada a primeiro privilégio de invenção aplicado no Brasil [2], contudo a patente não esclarece maiores detalhes do invento.[3] Bartolomeu nasceu em Santos e cursou com o irmão, o diplomata Alexandre de Gusmão, o seminário jesuíta de Belém da Cachoeira, na Bahia, onde se tornou noviço. Ordenado, mudou-se para Lisboa em 1701, onde realizou estudos de matemática e física mecânica e onde pode entrar em contato com a ciência dos jesuítas e oratorianos este últimos com ênfase na experimentação. Destacou-se como pregador religioso e recebeu do rei Dom João V o cargo de capelão da Casa Real. Dedicou-se, a partir de então, a seus inventos. De volta a Salvador, construiu uma bomba elevatória para abastecer o colégio dos padres com a água do rio Paraguaçu, capaz de elevar a água em cerca de 100 metros, um feito considerável para a época. Foi essa sua primeira invenção a qual obteve patente em 12 de dezembro de 1705.

[1]CRUZ, Murillo. A norma do novo, Rio de Janeiro:Lumen, 2018, p.259 https://www.youtube.com/watch?v=l3ZWNttTrcA&feature=youtu.be

[2]MDIC. A história da Tecnologia brasileira contada por patentes, Rio de Janeiro: MDIC, 2010; RODRIGUES, Clóvis. A inventiva brasileira. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do Livro, 1973. p. 395. MALAVOTA,Leandro Miranda. A construção do sistema de patentes no Brasil: um olhar histórico, Rio de Janeiro:Lumen Juris, 2011, p. 43

[3]BARROS, Henrique Lins. Bartolomeu de Gusmão na Corte de D. João V: o balão de ar quente. Livro de Anais do Programa de pós graduação em História das Ciências e das técnicas e Epistemologia HCTE, Scientiarum Historia II, Encontro luso-brasileiro de História das Ciências, 2009, p.69-80



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