terça-feira, 26 de julho de 2022

Patentes para medicamentos de doenças raras

 

Nos Estados Unidos o Orphan Drug Act (21 USC 360aa-360ee) prevê a concessão de um certificado de proteção similar aos direitos concedidos por uma patente, porém com suas especificidades, tais como a não exigência de não obviedade e prazo de proteção menor, entre outras características. O certificado, emitido com anuência do FDA, é uma forma de estimular invenções de novos medicamentos aplicados em enfermidades raras, que atingem menos de 200 mil pessoas, e portanto de mercado reduzido.[1] Mariana Mazzucato argumenta que os medicamentos órfãos tiveram um papel importante para empresas como Genzyme, Biogen, Amgen e Genentech. O Gleevec da Novartis usado no tratamento de leucemia mieloide crônica foi cadastrado no programa e registrou vendas globais de US$ 4.3 bilhões, o que mostra que mesmo medicamentos com um pequeno mercado podem representar receitas significativas para as empresas.[2]

A proteção por modelo de utilidade, com exigências de inventividade reduzidas é considerada uma forma de estimular inventores nacionais a solução de problemas práticos. Da mesma forma, em geral, os prazos de concessão das patentes de modelo de utilidade são reduzidos em comparação com os concedidos para patentes de invenção. Seu objetivo está voltado para invenções de forma, de menor grau tecnológico, e em especial para criações proporcionadas por inventores nacionais.[3]



[1] BOUCHOUX, Deborah. Intellectual Property for Paralegals: the Law of trademark, copyrights, patents and trade secrets. Canada: Thomson, West Law Studies, 2005. p. 312.

[2] MAZZUCATO, Mariana. O estado empreendedor: desmascarando o mito do setor público vs. setor privado, São Paulo:Portfolio Penguin, 2014, p.119

[3] ABRANTES, Antonio. Patentes de modelo de utilidade no mundo, Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2022



Nenhum comentário:

Postar um comentário