terça-feira, 26 de julho de 2022

A invenção do catalizador de Ziegler Natta

 

Em 1943 Max Fisher, dos laboratórios BASF, utilizou uma reação química para produção de óleos lubrificantes sintéticos a partir do etileno. Ele percebeu que além do óleo eram produzidos grandes quantidades de um pó branco, que considerava resíduo. Karl Ziegler trabalhando com Giulio Natta[1] utilizando reação química semelhante conseguiu produzir polietileno de muito maior resistência do disponível até então. Natta aplicou com sucesso o catalisador de Ziegler na polimerização do propileno e outros hidrocarbonetos semelhantes ao etileno.[2] O polipropileno logo se tornou um importante plástico novo que se prestava à fabricação em forma de fibra com grande uso na fabricação de mobiliário doméstico, fabricação de cabos e redes de pesca, entre outras aplicações.[3] Usando os novos catalisadores tornou-se possível a produção de borracha sintética idêntica à natural. Com o avanço das pesquisas observou-se que misturas de compostos orgânicos de alumínio e titânio, conhecidas como catalisadores Ziegler-Natta, podiam ser utilizadas como catalisadores na produção de diferentes tipos de plásticos.[4] O desenvolvimento de Ziegler foi impulsionado em grande parte como forma de contornar a patente da ICI em polietileno de alta densidade (PEhd) licenciada para a empresa alemã IG Farben. Embora o plástico produzido por Ziegler não fosse propriamente concorrente do plástico produzido pela ICI, as rivalidades em torno dos desenvolvimentos tecnológicos patenteados das diferentes empresas contribuíram para uma diversificação dos produtos.[5]



[1] CHALLONER, Jack. 1001 invenções que mudaram o mundo. Rio de Janeiro:Ed. Sextante, 2010, p. 728

[2] ROBERTS, Royston. Descobertas acidentais em ciências, Campinas:Papirus, 1993, p.229

[3] TREVOR, Williams. História das invenções: do machado de pedra às tecnologias da informação. Belo Horizonte: Gutenberg, 2009, p.300

[4] LEE.op. cit. p. 195.

[5] BELTRAN, Alain; CHAUVEAU, Sophie; BEAR, Gabriel. Des brevets et des marques: une histoire de la propriété industrielle, Fayard, 2001, p. 274


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