segunda-feira, 27 de julho de 2020

Patente da bicicleta e emancipação feminina

As primeiras bicicletas baseadas no modelo “penny farthing” eram dotadas de uma grande roda dianteira onde se localizava os pedais e de uma pequena roda traseira, estando o selim na altura da roda dianteira. Os primeiros modelos com o selim posicionado entre as duas rodas e com os pedais articulados à roda por uma correia de transmissão surgiriam apenas alguns anos após. Observando-se tal modelo hoje, diríamos que esta solução foi idealizada no intuito de tornar a bicicleta mais estável ou mais veloz, no entanto, a motivação do inventor deste novo modelo foi completamente distinta: o modelo “penny farthing” era um objeto de uso exclusivamente masculino, visto que para as mulheres de fins do século XIX que apareciam em público apenas com longas saias não podiam pedalar sem que seu vestido enroscasse na roda dianteira. Calças compridas seriam consideradas um escândalo para a época. A solução viria com o selim e os pedais afastados das rodas eliminando-se desta forma o problema. A patente da primeira bicicleta de senhora, com um só pedal e na qual se montava de lado, à amazona, foi depositada na Inglaterra em 1874 por James Starley. Dois anos depois Harry Lawson lançaria o modelo Crocodile incluindo a tração na roda traseira. Em 1879 a versão melhorada dispunha de corrente de transmissão e pedais comuns. [1]

[1] READERS'S DIGEST, História dos grandes inventos, Portugal, 1983, p.53


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