sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Doutrina da matéria impressa nos Estados Unidos


No caso In re Lowry[1] de 1994 haviam sido admitidas reivindicações dirigidas à memória de computadores que continham uma determinada estrutura de dados previamente programada[2] ainda que a estrutura de dados para armazenar informações propriamente dita não seja patenteável. Esta esta estrutura de dados não poderia ser entendida como “printed matter” porque a estrutura de dados necessariamente reorganizada os elementos eletrônicos da memória do computador de um modo não inteligível a humanos, mas apenas á máquina propriamente dita. A doutrina de matéria impressa (printed matter doctrine) foi estabelecida em 1931 em In Russell[3] analisou um pedido que tratava da indexação de nomes em diretórios e dicionários. O CCPA entendeu que “uma mera disposição de matéria impressa numa folha de papel, livro ou outra forma não constitui uma arte nova e útil”. O PTAB na decisão considerou como não patenteável por ser matéria impressa um método de projeto pelo usuário em uma interface gráfica tendo uma primeira e uma segunda regiões de exibição capazes de mostrar uma pluralidade de elementos, um documento eletrônico compreendendo elementos autenticados por um usuário externo, em que o primeiro elemento é mostrado na segunda região de exibição conforme as modificações feitas pelo usuário. O Federal Circuit [4] não considerou esta característica como matéria impressa. Depois de listar outros exemplos de matéria impressa a Corte conclui: “o elo comum entre todos estes casos é que a matéria impressa deve ser reivindicada pelo que ela comunica[5]. Na patente em questão , ao contrário, está claro que os elementos selecionados comunicam alguma informação entre as janelas porém o conteúdo da informação propriamente dito não é reivindicado e portanto configura matéria patenteável não podendo ser invocada neste caso a dourrina de matéria impressa.



[1] In re Lowry, 32 F.3d 1579 (Fed. Cir. 1994)
[2] 32  F.3d 1579 (Fed.Cir.1994) cf. MUELLER, Janice. Patent Law. New York:Aspen Publishers, 2009, p.281; cf. MERGES, Robert; MENELL, Peter; LEMLEY, Mark. Intellectual property in the new technological age. Aspen Publishers, 2006. p.142
[3] In re Russell, 48 F.2d 668, 669 (CCPA 1931)
[4] In re DiStefano, 562 F. App’x 984, 984 (Fed. Cir. 2014).
[5] CROUCH, Dennis. Two-Step Printed Matter Doctrine: (1) Is it Printed Matter?; (2) Do we give it patentable weight? 17/12/2015 http://patentlyo.com/patent/2015/12/printed-doctrine-patentable.html

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