domingo, 19 de junho de 2022

Propriedade Industrial e emprego

 

Um estudo do USPTO e o Economics and Statistics Administration publicado em 2012 avaliou o impacto do sistema de propriedade intelectual na economia norte-americana ao identificar 75 setores industriais que utilizam intensamente o sistema de propriedade intelectual (marcas, patentes e copyright) concluindo que estes foram responsáveis diretamente pela criação de 27.1 milhões de empregos o que equivale a 18.8% dos empregos gerados nos Estados Unidos em 2010 e por 60.7% das exportações de mercadorias no mesmo ano. Este índice de empregos tem declinado nos últimos anos, uma vez que o índice de empregos diretos gerados por estes setores era de 21.7% em 1990 e 20.7% em 2000. A queda nos setores intensivos em patentes foi mais drástica uma vez que o nível de empregos criados em 2010 foi de 50% do atingido em 1998. Os setores industriais intensivos no uso de patentes responderam por apenas 3,9 milhões de empregos. Entre os setores industriais mais intensivos na utilização de patentes do período de 2004 a 2008 destacam-se o setor de computadores com 277 patentes para cada 1000 empregos, equipamentos de comunicação (265), semicondutores (111), produtos eletrônicos (108), instrumentação e equipamentos médicos (96), química básica (80), equipamento elétrico (54) e farmacêuticos (47).[1]

Um estudo da Comissão Europeia divulgado em setembro de 2013 denominado “Intellectual Property Rights intensive industries: contribution to economic performance and employment in Europe” avaliou o impacto dos direitos de propriedade intelectual (patentes, marcas, desenhos industriais, direitos de autor e indicações geográficas) na economia europeia em termos de GDP, emprego, salários e comércio. O estudo realizado em conjunto com o Office for Harmonization in the Internal Market (OHIM)[2] e a EPO conclui que as empresas consideradas altamente intensivas no uso de direito de propriedade intelectual respondem por cerca de 40% da atividade econômica total da Comunidade Europeia, 90% das exportações e 35% do emprego. O estudo mostra que os salários pagos nestas empresas é cerca de 40 % superior aos praticados nas demais empresas.[3] Se considerarmos apenas os efeitos das patentes, as empresas intensivas no uso de patentes respondem por 10% do emprego total, 14% da atividade econômica (GDP), 70% das exportações e pagam salários 64% mais altos que as demais empresas.



[1] USPTO. Economics and Statistics Administration. Intellectual Property and the U.S. Economy: Industries in Focus, 2012, http://www.esa.doc.gov/Reports/intellectual-property-and-us-economy-industries-focus

[2] https://oami.europa.eu/ohimportal/en/home

[3] http://ec.europa.eu/internal_market/intellectual-property/docs/joint-report-epo-ohim-final-version_en.pdf

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