quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Estatísticas de patentes e revolução Industrial

Se no período de 1793 a 1836 a Inglaterra, em plena Revolução Industrial concedeu cerca de 5 mil patentes, nos Estados Unidos, um país então predominantemente agrário concedeu cerca de 10 mil. Para Peter Drahos atribui a diferença devido a significativa diferença nas taxas cobradas pelos dois países, o que segundo o autor mostra que a quantidade de patentes depositadas e concedidas tem uma forte correlação com as taxas cobradas pelo escritório do que propriamente com quantidade de inovações tecnológicas introduzidas no país. [1] o grande salto das patentes depositadas ocorre na década de 1760 quando o total de depósitos da década chega a 205, seguido de 294 da década de 1770, 477 na década de 1780 e 647 na década de 1790. Christine MacLeod adverte que não se pode usar estes números para se concluir que houve um surto de inventividade a partir da década de 1770. A agricultura que em 1800 ainda representava um terço da força de trabalho respondia com apenas 4% das patentes, o que mostra que o perfil das patentes não reflete a importância de cada setor na economia, demonstrando que alguns setores como o de fabricação de motores tinham uma maior propensão a patentear não necessariamente refletindo uma maior atividade inventiva do setor. Isto partciularmente se observa no fato de que a maor quantidade de depósitos no século XVIII ocorre nas regiões próximas a Londres onde a disseminação do sisema de patentes está mais presente. Segundo Christine MacLeod[2] as conclusões de Jacob  Scmookler parecem mais prudentes que recomendam que as estatísticas devam sempre ser lidas dentro de seu contexto histórico: “nós temos de escolher entre usar as estatísticas de patentes com cautela e aprender aquilo que elas podem nos dizer, ou não usá-las e não aprender nada sobre aquilo que as estatísticas sozinhas nos dizem



[1] DRAHOS, Peter. The global governance of knowledge: patent offices and their clients. Cambrige University Press:United Kingdom, 2010, p.1009
[2] MacLEOD, Christine. Inventing the industrial revolution: the english patent system, 1660-1800, Cambridge:Cambridge University Press, 1988 p.2, 97, 145, 157

Nenhum comentário:

Postar um comentário