A penicilina foi descoberta por Alexander Fleming [1] quando em 1928 notou que um prato de colônia
de bactérias esquecido ao acaso por ele, possuía uma mancha de mofo, fato
corriqueiro nos laboratórios, porém o cientista notou que em volta do mofo as
colônias de bactérias estavam se extinguindo. Fleming pode concluir que o mofo
estava produzindo uma substância capaz de matar a bactéria, mas que era inofensiva
para outros seres vivos.[2] Tivesse Fleming inoculado a bandeja de
cultura com outra bactéria que fosse imune ao efeito antibacteriano do
Penicillium, nenhum efeito teria sido observado[3].
O mofo é um cogumelo raro, o Penicillum notatum, seus esporos escaparam do laboratório de micologia do andar superior e puderam
resistir devido ao clima frio da época. Segundo Fleming: “há milhares de fungos diferentes, e a chance de colocar o bolor certo
no lugar certo na ora certa foi como acertar na loteria”.[4]
Apesar da descoberta, Fleming desistiu dos estudos sobre penicilina pois não
acreditava na possibilidade de combate de infecções bacterianas dentro do corpo
pela ingestão de uma droga. Para Fleming a penicilina no sangue teria vida
curta para poder agir e por isso não crê em seu efeto terapêutico. [5]
[1] DUARTE, Marcelo. O livro das invenções. São Paulo: Cia das Letras, 1997, p. 18.
[2] LEE, Rupert. Eureka: 100 grandes descobertas científicas do século XX. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2006, p. 29.
[3] FRIEDMAN, Meyer, FRIEDLAND, Gerald. As dez maiores descobertas da medicina. São Paulo;Cia. das Letras, 2000, p. 248
[4] ROBERTS, Royston. Descobertas acidentais em ciências, Campinas:Papirus, 1993, p.201
[5] LENTIN, Jean Pierre. Penso, logo me engano. São Paulo:Ática, 1996, p. 86
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