quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Politica Industrial no Brasil

A falta de uma política industrial no governo FHC se insere em um fenômeno mais amplo. os dados são contundentes. Edmar Bacha mostra que se em 1985 a indústria de transformação respondeu por 25% do PIB este número caiu para 15% do PIB em 2011. A parcela de bens manufaturados nas exportações totas do Brasil caiu de 55% em 1985 para 36% em 2011 (p.13). Em 2001a participação de commodities representava menos de 50% da pauta exportadora brasileira; em 2011 esse percentual subiu para mais de 70% em grande parte como resultado do surto industrial chinês e sua demanda por produtos primários brasileiros. O aumento dos preços das commodities exportadas pelo Brasil elevou os termos de troca (na direção inversa que os economistas cepalinos apontavam na década de 50 !!) que aaumentou em mais de 35% entre 1992 e 2012, apreciando o câmbio real fazendo com que a indústria tenha dificuldade de exportar (p.169, 303). A política industrial do governo Lula busca emular o modelo sul coreano que apoiou a formaçao de grandes conglomeraados (chaebols) porém sem foco na inovação: "em vez de promover a diversificação produtiva, ela toma a forma da concessão de crédito subsidiado para empresas grandes que atuam em setores nos quais o Brasil já possui claras vantagens comparativas como por exemplo, alimentos, petróleo e mineração" (p.274) Segundo Mansueeto de Almeida, a política industrial portanto ao invés de contrabalançar a pressão externa por mais commodities agrícolas e minerais, na verdade a fortalece. Mesmo no setor de commodities podemos ter um modelo baseado em inovação e tecnologia, como temos o exemplo da Embrapa, porém os efeitos observados tem sido o de conceder crédito subsidiado  para grandes empresas sem que isto se reflita em maior competitividade por um incremento tecnológico. BACHA, Edmar; BOLLE, Monica. O futuro da indústria no Brasil: desindustrialização em debate. Rio de Janeiro:Ed. Civ. Brasileira, 2013

Nenhum comentário:

Postar um comentário