quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Estados Unidos: atividade inventiva e efeitos inesperados

 
Ao trabalhar com sínteses de um tetrapepitídeo os químicos da indústria Searle notaram que um éster de dipeptídeo intermediário obtido na reação possuía um sabor doce. Este efeito não poderia ter sido previsto a partir dos aminoácios que o constituem uma vez que um deles tinha sabor insosso e outro sabor amargo. Foi uma surpresa observar que a combinação dos dois e sua conversão ao éster metílico produzia um produto doce que ficou conhecido como aspartame. Royston Roberts descreve estes e outros casos como exemplos de serendipidade, termo cunhado por Horace Walpole em 1754 para descobertas acidentais de coisas não procuradas e destaca que é necessária “sagacidade” para identificar tais oportunidades. Pasteur referia-se a “mente preparada” para reconhecer e aproveitar tais episódios. Deve-se observar contudo que o nível de atividade inventiva exigido para concessão de uma patente não necessariamente é o mesmo que o observado em casos de serendipidade. A concessão de uma patente não exige que a solução encontrada seja obtida em decorrência necessariamente de eventos ocorridos ao acaso, mas pode ser decorrência de uma pesquisa investigativa orientada para solução do mesmo problema. ROBERTS, Royston. Descobertas acidentais em ciências, Campinas:Papirus, 1993

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