O
artilheiro inglês Robins em 1711 em seu livro Matemática contendo os novos princípios da artilharia apresentou
sua invenção de raiar os canhões a fim de aumentar a sua precisão ao promover a
rotação do projetil. No entanto, o grande matemático Euler argumentara contra a
eficiência da medida, apesar dos experimentos concludentes apresentados. Esta
opinião resultou no atraso da adoção desta invenção diante da autoridade de
Euler[1]. No
entanto, mesmo contra esta opinião de Euler a patente foi considerada inventiva
pelos tribunais franceses e é apontada na literatura como exemplo clássico de
invenção de meios.[2]
Trata-se de um exemplo de invenção com superação de preconceito técnico estabelecido.
Fletcher Pratt aponta que embora produzindo armas mais precisas, esta mesma
solução fora proposta pelo fabricante de armas de Viena Gaspard Koller em 1520,
no entanto, não alcançara popularidade pois em sua época era difícil trabalhar
com metais duros e desta forma fabricar as raias, havia problemas na limpeza
para remoção de resíduos de pólvora nas raias e além de ser difícil fazer com
que um projetil penetrasse pelo cano de tal arma tornando o carregamento da
arma bastante moroso.[3] No século
XIX a Prússia derrotou a Áustria na Guerra dos Sete anos contando com avanços
na tecnologia de armamentos entre as quais o fuzil de agulha Dreyse, nome derivado
de seu percurso pontiagudo. Com o cano estriado, a nova arma era muito mais
certeira do que os mosquetes de cano liso, ainda em uso na Europa. [4]
[1] MOUSNIER, Roland;
LABROUSSE, Ernest. História Geral das Civilizações: o século XVIII: o último
século do Antigo Regime, tomo V, v.1, São Paulo:Difusão Europeia, 1968, p.118
[2] POLLAUD-DULIAN,
Frédéric , Propriété intellectuelle. La propriété industrielle,
Economica:Paris, 2011, p.161; CHAVANNE, Albert; BURST, Jean-Jacques; Droit de
la Propriété Industrielle, Précis Dalloz:Paris,1976, p.32
[3] PRATT, Fletcher. Famosos
inventores e seus inventos, Rio de Janeiro:Record, 1964, p.94
[4] PARKER, Geoffrey. Senhores
coloniais 1850-1900, Rio de Janeiro:Tme Life, 1992, p. 48
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