Estudos [1][2] mostram a utilidade das
patentes como indicadores de inovação tecnológica. Griliches, mesmo
reconhecendo que o valor comercial de cada patente varia bastante, mostra que
ainda assim há evidências de que existe uma forte ligação entre a atividade
inovativa gerada localmente e as patentes obtidas por inventores do mesmo país,
embora as correlações entre o depósito de patentes de um país e os níveis de
gastos em P&D não tenham uma correspondência tão clara [3]. Griliches observa que
no período 1900-1980 o número de depósitos de patentes no USPTO tem acompanhado
o crescimento do PNB norte americano.
Dados do NSF[4]
mostram a evolução dos gastos totais de P&D (incluindo investimentos
públicos e privados) nos Estados Unidos em valores atualizados em 2005. Os gastos
são apresentados em milhões de dólares. Richard Posner destaca que não se pode
atribuir uma correlação direta entre o aumento no número de patentes como tendo
estimulado a P&D uma vez que os dados não são conclusivos[5]
Mariana Mazzucato contudo contesta esta correlação. Para a autora os gastos de
P&D das empresas, como IBM entre outras tem diminuído ao passo que número de patentes aumentado, o que mostra
que o gasto privado de P&D tem diminuído[6].
O fato dos gastos totais terem aumentado ao longo do ano é decorrência do
investimento governamental. Neste sentido Mariana Mazzucato critica política
como o patent Box implementado pela
Inglaterra em 2013 que concede redução fiscal para as empresas com base no
lucro obtido na comercialização de suas patentes. Para a autora tais política
falham na medida em que supõem que com mais patentes comercializadas
necessariamente isto significará mais inovação na indústria.
Gastos em P&D nos Estados Unidos (valores atualizados 2005), Fonte: NSF, 2011
Patentes concedidas pelo USPTO. Fonte: USPTO
[1] The
measurement of scientific and technological activities using patent data as
science and technology indicators, Patent Manual 1994, Paris,
OECD/GD(94)114.
[2] PAVITT,
Keith. Patent Statistics as Indicators of Innovative Activities:
Possibilities and Problems, Scientometrics, 1985, v.7, p. 77-99.
[3] cf
HAHN, Robert. Intellectual Property Rights in Frontier Industries: software
and biotechnology, Washington: AEI Brookings, 2005, p. 36.
[4]
http://www.nsf.gov/statistics/nsf12321/pdf/nsf12321.pdf
[5] LANDES, William; POSNER,
Richard. The economic structure of intellectual property law. Cambridge:Harvard
University Press, 2003, p.346
[6]
MAZZUCATO, Mariana. O estado empreendedor: desmascarando o mito do setor
público vs. setor privado, São Paulo:Portfolio Penguin, 2014, p.54, 84
Nenhum comentário:
Postar um comentário