segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Doutrina de equivalentes reversa


Casos recentes do Federal Circuit contudo tendem a não aplicar a doutrina de equivalência reversa. Em Tate Access Floors, Inc. v. Interface Architectural Res., Inc uma vez que uma reivindicação de produto macro em geral possui escopo específico e dificilmente teria o alcance de proteger produtos em nanoescalas. Dan Burk e Mark Lemley também entendem que face a mudança de paradigma da nanotecnologia a doutrina de equivalência reversa pode ser particularmente útil. [1] Os mesmos autores apontam que em nanotecnologia existe menos probabilidade de se aplicar a doutrina de equivalência. [2]A doutrina de equivalência reversa aparece formulada em Boyden Power-Brake Co. v. Westinghouse, 170 U.S. 537 (1898), porém Tate Access Floors, Inc. v. Interface Architectural Res., Inc., 279 F.3d 1357, 1368 (Fed. Cir. 2002) e SRI Int. v. Matsushita Electric , 775 F.2d 1107, 1123 (Fed. Cir 1985) sugerem que esta doutrina deixou de ser adotada deixou de ser adotada após 1952.[3] Em Tate Access Floors  a Corte se refere a esta doutrina como “uma exceção anacrônica, longamente mencionada mas raramente aplicada”.[4] Em Boyden Power Brake a patente de George Westinghouse tratava de um sistema de freios em locomotivas baseado em ar comprimido foi aperfeiçoada de forma substancial por George Boyden. A Suprema Corte conclui que mesmo havendo infração literal da reivindicação isto não significava infração aos direitos do titular da patente, uma vez que embora os dois dispositivos desempenhem a mesma função, os mecanismos para realização destas funções eram tão distintos que não se podia considerá-los equivalentes [5]: “nós somos induzidos a olhar de modo favorável a este dispositivo, não somente porque é novo e manifestamente distante do princípio da patente de Westinghouse, mas porque resolve de uma forma mais simples o problema da ação rápida de frenagem, enquanto a aptente de Westinghouse não provou ser bem sucedida sem que certos elementos adicionais sejam incorporadas a ela”.[6]

No Japão, Steven Lundberg mostra que no Japão os efeitos revelados no relatório descritivo do pedido de patente podem ser utilizados para interpretar de forma limitativa a reivnidcação. Assim, por exemplo, se uma patente aponta como efeito a maior velocidade do processador, no caso de um sistema processador do mercado apresentar de forma literal, todos os elementos da reivindicação, porém, não alcançar a dita melhoria na velocidade em relação ao estado da técnica apontada no relatório descritivo, então as Cortes tenderão a não interpretar como contrafação.[7] Na França André Bertrand observa que o Tribunal de Grande Instance[8] de Paris concluiu que não haverá contrafação na medida em que  não houver reprodução dos fundamentos da invenção “fondement de l’ invention” o que segundo André Bertrand resulta no mesmo resultado que o obtido com a doutrina de equivalência reversa aplicada pelas Cortes norte americanas. Em Taiwan o Patent Infringement Assessment Guidelines de 2016 suprimiu as referências que haviam na versão anterior do guia de 2004 referentes a aplicação da doutrina de equivalentes reversa. Pela versão de 2004 no caso de uma infraão literal de produto ou método em que os princípios de funcionamento do dito porduto ou método fossem substancialmente diferentes, ainda que realizando a mesma função, a aplicaão da doutrina de equivalência reveresa garantiria que neste caso não haveria contrafação. A retirada de tal doutrina se baseia no fato de que a doutrina tem sido pouco aplicada pelos tribunais de Taiwan e somente em alguns poucos países é aplicada. [9]



[1] WASSON, Andrew. Protecting the next small thing: nanotechnology and the reverse doctrine of equivalents http://www.law.duke.edu/journals/dltr/articles/pdf/2004DLTR0010.pdf
[2] BURK,LEMLEY,op.cit.p.50
[3] LEMLEY, Mark. Software Patents and the Return of Functional Claiming, 2012, p.  http://ssrn.com/abstract=2117302
[4] MERGES, Robert; MENELL, Peter; LEMLEY, Mark. Intellectual property in the new technological age. Aspen Publishers, 2006. p.294
[5] PARK,Jae Hun. Patents and Industry Standards,Edward Elgar, 2010, p. 104.
[6] MERGES, Robert; MENELL, Peter; LEMLEY, Mark. Intellectual property in the new technological age. Aspen Publishers, 2006. p.293
[7] LUNDBERG, Steven; DURANT, Stephen; McCRACKIN, Ann. Electronic and software patents. The Bureau of National Affairs, 2005, p.10-17
[8] TGI Paris 25 outubro 1989 Polo c. Leibinger, PIBD, 1990, III, 128. BERTRAND, André. La propriété intellectuelle, Livre II, Marques et Breves  Dessins et Modèles, Delmas:Paris, 1995, p.164
[9] LEE AND LI, Reverse Doctrine of Equivalents Removed from Taiwan Patent Infringement Assessment Guidelines, 01/07/2016 http://www.lexology.com

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