Nos
Estados Unidos em Standard Oil v. American Cyanamid a Corte conclui: “uma pessoa técnica no assunto é
presumivelmente alguém que pensa conforme a sabedoria convencional na técnica e
não alguém que empreende uma inovação”.[1] No
caso KSR v. Teleflex[2] a Suprema
Corte expandiu o conceito de técnico no assunto como “o técnico no assunto é também uma pessoa com criatividade comum, e não
um mero autômato”[3]. Em In re Vaeck [4] a
Corte entendeu que nos casos em que uma patente seja rejeitada como óbvia
diante de uma combinação de anterioridades apresentadas, uma análise adequada
da seção 103 exige a consideração de dois fatores: 1) se o estado da técnica
teria sugerido ao técnico no assunto de que ele poderia fabricar a composição
ou dispositivo ou ter realizado o processo reivindicado, 2) se o estado da
técnica teria revelado que ao agir desta forma, o técnico no assunto teria
razoável expectativa de sucesso. Segundo esta decisão tanto a sugestão como uma
razoável expectativa de sucesso devem ser encontrados no estado da técnica.[5] Em
SIBIA Neurosciences v. Cadus Pharm[6], no
entanto, a Corte flexibiliza este entendimento na medida em que a anterioridade
não precisa citar esta motivação de forma expressa: “a sugestão ou motivação pode ser derivada do documento do estado da
técnica propriamente dito, do conhecimento do técnico no assunto, ou da
natureza do problema a ser resolvido”. Em Intel v. Qualcomm (Fed. Cir 2021)[7] o Circuito
Federal explicou que "um fundamento lógico não é inerentemente suspeito
meramente porque é genérico no sentido de ter ampla aplicabilidade ou
apelo". Em vez disso, melhorias genéricas podem dar origem a "uma motivação
para combinar referências da técnica anterior, mesmo na ausência de qualquer
sugestão nas próprias referências." O Circuito Federal concluiu que a
motivação da Intel para combinar foi suficientemente apoiada por depoimentos de
especialistas explicando especificamente como e por que um profissional
combinaria as referências citadas para alcançar as melhorias reivindicadas.[8]
[1] 774 F.2d 448 USPQ 293
(Fed. Cir. 1985) FRANZOSI, Mario. Non-Obviousness,
The Journal of World Intellectual Property, v.6, n.2, March 2003, p.241;
MILLER, Joseph Scott. Remixing obviousness, 2007, p. 8
http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=1002454; DURIE, Daralyn;
LEMLEY, Mark, A realist approach to the obviousness of inventions, 2011, p. 13
http://ssrn.com/abstract=1133169
[2] 550 U.S. 398 (US 2007)
[3] http://en.wikipedia.org/wiki/Person_having_ordinary_skill_in_the_art
BARBOSA, MAOR, RAMOS, op.cit, p.177 MUELLER, Janice. Patent Law. New York:Aspen
Publishers, 2009, p.224
[4] MERGES, Robert; MENELL, Peter; LEMLEY, Mark. Intellectual property in
the new technological age. Aspen Publishers, 2006. p.226
[5] MERGES.op.cit.p.228
[6] 225 F.3d 1349 (Fed. Cir. 2000) cf. MERGES,op.cit.p.234
[7] https://cafc.uscourts.gov/opinions-orders/20-1664.OPINION.12-28-2021_1885985.pdf
[8] Christopher S. Smith and Christie Matthaei. A Generic
Motivation Is Still a Motivation Knobbe Martens, www.lexology.com 29/12/2021
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