Na
época de colônia patentes concedidas em Portugal poderiam ter aplicabilidade no
Brasil, tal como a concedida ao jesuíta Bartolomeu de Gusmão para “um
maquinismo para fazer subir a água a toda distância que se quiser levar”. O
privilégio de invenção foi expedido pelo Senado da Câmara da Bahia em 12 de
dezembro de 1705 [1] tendo sido ratificado pela Provisão real do monarca D. João V em 23 de março de
1707, sendo considerada a primeiro privilégio de invenção aplicado no Brasil [2],
contudo a patente não esclarece maiores detalhes do invento.[3] Bartolomeu nasceu em Santos e cursou com o irmão, o diplomata Alexandre de
Gusmão, o seminário jesuíta de Belém da Cachoeira, na Bahia, onde se tornou
noviço. Ordenado, mudou-se para Lisboa em 1701, onde realizou estudos de
matemática e física mecânica e onde pode entrar em contato com a ciência dos
jesuítas e oratorianos este últimos com ênfase na experimentação. Destacou-se
como pregador religioso e recebeu do rei Dom João V o cargo de capelão da Casa
Real. Dedicou-se, a partir de então, a seus inventos. De volta a Salvador,
construiu uma bomba elevatória para abastecer o colégio dos padres com a água
do rio Paraguaçu, capaz de elevar a água em cerca de 100 metros, um feito
considerável para a época. Foi essa sua primeira invenção a qual obteve patente
em 12 de dezembro de 1705.
[1]CRUZ, Murillo. A norma
do novo, Rio de Janeiro:Lumen, 2018, p.259
https://www.youtube.com/watch?v=l3ZWNttTrcA&feature=youtu.be
[2]MDIC. A história da Tecnologia
brasileira contada por patentes, Rio de Janeiro: MDIC, 2010; RODRIGUES,
Clóvis. A inventiva brasileira. Rio de Janeiro: Instituto Nacional do
Livro, 1973. p. 395. MALAVOTA,Leandro Miranda. A construção do sistema de patentes no Brasil: um olhar histórico,
Rio de Janeiro:Lumen Juris, 2011, p. 43
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