O notável crescimento industrial coreano se baseou fortemente em uma reforma educacional em todos os níveis e no apoio aos grandes conglomerados, conhecidos como chaebols, entre os quais Samsung, Daewoo, Hyundai, LG e Sunkyong. A flexibilização aos investimentos estrangeiros nos anos 1970 permitiu o país se capacitar em tecnologias mais complexas. Os gastos com licenciamento de tecnologia elevaram-se de cerca de US$ 16 milhões no período 1967-1971 para cerca de US$ 450 milhões (1977-1981),[2] ou seja, uma parte significativa da capacitação tecnológica foi obtida com licenciamento legal de tecnologias estrangeiras, especialmente do Japão e Estados Unidos.
Os exemplos são vários. Na indústria automobilística a Daewoo obteve tecnologia da japonesa Nissan, a Hyundai da japonesa Mitsubishi, a Kia da norte americana Ford.[3] Enquanto a Hyundai iniciou desenvolvimento de tecnologia própria lançando em 1975 o modelo de veículo nacional Pony, com 90% de conteúdo local a Daewoo que mantinha uma joint venture com a GM dependia inteiramente de sua tecnologia. Na área de produtos eletrônicos a LG licenciou tecnologia da Hitachi em 1965 assim como de patentes fundamentais da RCA em televisores coloridos em 1974. A Samsung licenciou patentes na tecnologia de fornos de microondas, como forma de ter acesso a novos mercados, ou seja, nem tanto para assimilar tecnologia mas para abrir caminho para o mercado de exportações. Na área de computadores a Samsung adquiriu participação na empresa norte americana AST Research, o que proporcionou acesso a mais de 190 patentes da AST e parcerias estratégicas com IBM, Apple e Compaq. Na área de monitores de tela plana a Hyundai adquiriu tecnologia da japonesa Oprex em 1990.
KIM, Linsu. Da imitação à inovação: a dinâmica do aprendizado tecnológico na Coreia. Campinas: Ed. Unicamp, 2005