David Bassett observa que na seção 102 pre-AIA o Federal Circuit
aplicava a restrição on sale bar
mesmo se a atividade comercial ocorrer em segredo[1]. O Leahy
America Invents Act (AIA), por sua vez, acrescenta a cláusula “otherwise available to the public”[2] ao 35
USC 102 a(1) o que implica a necessidade da disponibilização ao público, o que
algumas decisões do Federal Circuit vinham interpretando como significando que
menos documentos se qualificam como anterioridades válidas.[3] A
Suprema Corte em Helsinn Healthcare S. A. v. Teva Pharmaceuticals USA, Inc.
(2019) concluiu que ao acrescentar esta frase o Congresso teve a intenção de
mudar o status das vendas em segredo. A Helsinn é titular de patente e moveu
ação contra a fabricante de genéricos Teva. A Helsinn havia feito um contrato
de licenciamento, com cláusula de confidencialidade com a empresa MGI Pharma
mais de um ano antes do depósito da patente (fora do período de graça), sem,
contudo, que o conteúdo técnico fosse revelado ao público. A Teva alegou que
por ter disponibilizado à venda a invenção antes do depósito, a patente não
tinha novidade segundo a restrição “on
sale bar” (35 US 102). Embora fosse de conhecimento público a existência do
acordo, as partes não haviam revelado o detalhe crucial de dosagem de 0.25mg de
palonosetron. A Suprema Corte confirmou esse entendimento já manifestado no
Federal Circuit (855 F. 3d 1356, 1360 (2017)) de que a restrição de “on sale bar” se aplicava neste caso uma
vez que “se a existência da venda é
pública, os detalhes da invenção (ainda que mantidos sob sigilo) não precisam
ser revelados publicamente”.[4]
Desta forma: “uma venda comercial a
terceiros que é exigido a manter segredo da invenção pode colocar a invenção “à
venda” de acordo com o AIA”, e portando divulgada ao público. A Suprema Corte considerou que caso
tais patentes fossem concedidas isso significaria retardar o porgresso da ciência
pois permitir o inventor vender sua
invenção no mercado mantendo os detalhes da invenção em segredo e depois
solicitar uma patente de modo a excluir terceiros que poderiam de outra forma
fazer uso da invenção desde o momento em que ela foi colocada no mercado. A
Suprema Corte mencionou outras decisões em que igualmente conclui que a venda
comercial da mesma forma poderia significar a restrição on sale como por
exemplo Pfaff v. Wells Electronics, Inc., 525 U.S. 55, 67 (1998), Consolidated
Fruit-Jar Co. v. Wright, 94 U.S. 92, 94 (1877); Smith & Griggs Mfg. Co. v.
Sprague, 123 U.S. 249, 257 (1887); Elizabeth v. Pavement Co., 97 U.S. 126, 136
(1878).[5]
[1] Special Devices, Inc. v. OEA, Inc., 270 F.3d 1353,
1357 (Fed. Cir. 2001)
[2] 35 USC 102 a (1)
[a] person shall be entitled to a patent unless — (1) the claimed invention was
patented, described in a printed publication, or in public use, on sale, or
otherwise available to the public before the effective filing date of the
claimed invention https://www.uspto.gov/web/offices/pac/mpep/s2152.html
[3] BASSETT, David; DUH, Christine. Prior Art: When On
Sale Is Not 'On Sale', Law360, New York 02/06/2016 www.lexology.com
[4] http://ipkitten.blogspot.com/2019/01/the-novelty-of-on-sale-inventions-under.html
[5] https://www.patentdocs.org/2019/01/helsinn-healthcare-s-a-v-teva-pharmaceuticals-usa-inc-2019.html
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