Um guia de exame foi divulgado
pelo USPTO em janeiro de 2019 que apresenta como exemplo um método de
realocação de ícones em uma interface gráfica. Tipicamente tais ícones eram
dispostos de forma alfabética, pelo tamanho do arquivo, pelo tipo de arquivo,
ou manualmente. O método proposto dispõe os ícones conforma a quantidade de
utilização dos programas associados aos ícones. A primeira reivindicação
pleiteia “método de rearranjo de ícones
em uma interface gráfica compreendendo a recepção da seleção do usuário
especificando a ordenação pela quantidade de utilização de cada ícone, determinação,
por um processador, da quantidade de uso de cada ícone e automaticamente mover
os ícones mais usados para uma posição próximo ao ícone de iniciar”. O
USPTO conclui que a reivindicação na forma apresentada não elimina a
possibilidade do método poder ser executado mentalmente. A mera referência a um
processador genérico (o cérebro pode ser entendido como um processador) não
modifica esta conclusão. A reivindicação é enquadrada como ideia abstrata. A segunda
reivindicação pleiteia “método de
rearranjo de ícones em uma interface gráfica compreendendo a recepção da
seleção do usuário especificando a ordenação pela quantidade de utilização de
cada ícone, determinação, por um processador que monitora a quantidade de memória
utilizada por cada aplicação, e automaticamente mover os ícones mais usados
para uma posição próximo ao ícone de iniciar”. Nesta segunda reivindicação
a ação de monitoração da memória usada por cada aplicação não pode ser calculada
pela mente humana e exige a ação de um processador eletrônico, de modo que a
reivindicação não se refere a ideia abstrata. A terceira reivindicação trata de
“método de ordenação de ícones de um
sistema de computador compreendendo a determinação por um processador da
quantidade de uso de cada ícone e a ordenação dos ícones pelo processador
baseado nesta quantidade de uso determinada”. A reivindicação descreve um processo
mental pois a reivindicação não promove a integração a ideia abstrata em uma
aplicação prática, sendo portanto uma ideia abstrata. Os elementos adicionais
na reivindicação tratam de meras instruções
aplicadas a um computador de uso geral. O exemplo mostra que um método que
possa ser executado mentalmente, ainda que reivindicado como executado por um processador
de uso geral continua sendo enquadrado como ideia abstrata. Para Michael
Borella o exemplo mostra que o enquadramento como uma ideia abstrata integrada
a uma aplicação prática parece bastante vaga.[1]
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