É na solução de um problema técnico que encontraremos as
motivações fundamentais dos inventores. Para Henry Petroski: “é isso que move todos os inventores, inovadores e
engenheiros, e segue um corolário: uma vez que nada é perfeito e que, na
verdade, nossas ideias sobre perfeição também não são estáticas, tudo está
sujeito a mudanças ao longo do tempo. É impossível haver um artefato que não
possa ser aperfeiçoado”.[1]
Em sua obra clássica, History of Mechanical Inventions,
Usher afirma: “a invenção encontra seu aspecto característico na assimilação
construtiva de elementos preexistentes em uma nova síntese, novos padrões ou
configurações de comportamentos [...] Logo, a invenção cria relações que não existiam
antes. Em sua essência mais profunda, o elemento inovador reside na finalização
de um padrão incompleto de comportamento ou no aperfeiçoamento de um padrão que
era insatisfatório ou inadequado”.[2]
Para Maurice Dobb “a invenção vitoriosa geralmente só vem como
clímax de toda uma série de descobertas relacionadas, às vezes independentes
entre si de início e dependentes para sua solução de homens diferentes”.[3] A ideia da invenção como continuidade de trabalho pré-existentes também é
expressa pelo historiador George Basalla, em seu livro The evolution of
technology: “novos artefatos só podem surgir a partir de outros já
existentes – que novos tipos de objetos nunca são criações geradas apenas por
teoria, engenhosidade ou imaginação”.
[1] PETROSKI, Henry. A
evolução das coisas úteis. Rio de Janeiro: Zahar, 2007. p. 33.
[2] PETROSKI, op. cit., p.
56.
[3] DOBB, Maurice. A
evolução do capitalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 1973. p. 329.
[4] POPPER, Karl. Conjecturas
e refutações. Brasília: Ed. UNB, 1982, p.144
[5] LATOUR, Bruno. Ramsés,
Il est-il mort de tuberculose?", 1998. La Recherche, 307: 34-36
Nenhum comentário:
Postar um comentário