terça-feira, 8 de maio de 2018

Patentes de DNA na EPO

Na EPO em T272/95 a Corte julgou uma patente que trata de método de clonagem molecular e caracterização de uma sequência adicional de genes humanos. A Regra 23(e) da EPC1973 (atual regra 29.2)[1] estabelecida após a redação do Artigo 53(a) afirma que “um elemento isolado do corpo humano ou de outra forma produzido por meio de um processo técnico, incluindo uma sequência genética ou sequência ou parte da mesma, pode constituir matéria patenteável, mesmo se a estrutura daquele elemento é idêntica àquela do elemento natural”, de modo que não haveria como questionar questões de moralidade ou ordem pública, uma vez que as Regras da EPC não modificam o contexto do Artigo da EPC mas apenas apontam para detalhamentos de modo que sua conclusão aplica-se como a correta interpretação que se deva atribuir à redação original do Artigo 53(a) da EPC1973.[2] Para Ulrich Schatz a Regra 23(e) ao prever a patenteabilidade de elementos isolados do corpo humano o texto  carece de precisão terminológica. Ulrich Schatz considera esta regra como obviamente sem sentido. [3] O entendimento em T272/95 foi confirmado em T666/05 em que a reivindicação trata de uma probe de ácido nucleico compreende uma sequência parcial de DNA de gene BRCA1 humano obtida por meio de um processo técnico. Esta probe é portanto um elemento isolado do corpo humano tal como definido pela Regra 29(2) e assim matéria patenteável não sendo enquadrado como descoberta (artigo 52(2)(a) da EPC).[4]


[1] http://www.epo.org/law-practice/legal-texts/html/epc/1973/e/r23e.html
[2] Case Law of the Boards of Appeal of the European Patent Office Sixth Edition July 2010, p. 41 http://www.epo.org/law-practice/case-law-appeals/case-law.html
[3] STAUDER, Dieter; SINGER, Margareth; European Patent Convention: a commentary.  Thomson:Cologne, 2003, p. 92
[4] STEINBRENER, Stefan. Patentable subject matter under Article 52(2) and (3) EPC: a whitelist of positive cases from the EPO Boards of Appeal—Part 1. Journal of Intellectual Property Law & Practice, 2018, Vol. 13, No. 1, p. 16

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