quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Information Disclosure Statement (IDS) no USPTO

No USPTO o inventor deve assinar uma declaração em que se reconhece como inventor (35 USC 111). Conforme manual de exame 37 CFR 1.56 o requerente tem o dever (duty of candor) de comunicar ao escritório de patentes a existência de qualquer documento relevante[1] que possa ser considerado útil na avaliação da patenteabilidade de seu pedido em exame em documento hábil, conhecido como Information Disclosure Statement (IDS). No IDS o inventor deve citar todos os documentos relevantes que tem conhecimento, caso cite documentos irrelevantes as Cortes podem considerar isso uma manobra para enganar o USPTO.[2] Esta comunicação, feita em formulário próprio, poderá ser feita pelo requerente no momento do depósito ou a qualquer momento até o fim de exame. [3] Sempre que o inventor soubre de uma anterioridade relevante citado no exame de algum outro país, ele deve se apressar em apresenta-la ao USPTO solicitando um novo formulário de IDS[4]. Joseph Root destaca que no entendimento das Cortes a má-fé do inventor se configura através da materialidade do fato (omissão de um documento importante do estado da técnica que era do conhecimento do inventor) e intenção em enganar o USPTO e não apenas negligência ainda que grosseira. [5] Esta por sua vez deve ser demonstrada através de evidência clara e convincente (clear and convincing evidence). Mark Lemley destaca que uma vez em litígio existe menos probabilidade de uma patente ser invalidada por documentos citados como estado da técnica pela própria patente, o que tem levado a muitios depositantes a citar extensamente o estado da técnica como forma de reforçar a validade de suas patentes.[6] Em Hoffman La Roche Inc. v. Promega Corp. diante da acusação de omissão de documentação do estado da técnica relevante para o USPTO que poderia na pior das hipóteses ser considerada como negligência por parte do titular o juiz aponta que esta tática de de se tentar anular patente tem sido utilizada de forma abusiva em mjuitos litígios a ponto de se referir á mesma como uma “nova praga” no sistema de patentes. [7]



[1] LUNDBERG, Steven; DURANT, Stephen; McCRACKIN, Ann. Electronic and software patents. The Bureau of National Affairs, 2005, p.9-9
[2] PRESSMAN, David. Patent It Yourself, California:Nolo, 2009, p.284, 338
[3] Intellectual Property for Paralegals: the Law of trademark, copyrights, patents and trade secrets, Deborah Bouchoux, West Law Studies, Canada:Thomson, 2005, p.325, 328
[4] PRESSMAN, David. Patent It Yourself, California:Nolo, 2009, p.340 343
[5] ROOT, Joseph. E. Rules of Patent Drafting from Federal Circuit Case Law. Oxford University Press, 2011, p.420
[6] BURK, Dan L.; LEMLEY, Mark, A. The patent crisis and how the Courts can solve it. The University of Chicago Press, 2009, p.52
[7] GRUBB, Philip, W. Patents for Chemicals, Pharmaceuticals, and Biotechnology: Fundamentals of Global Law, Practice, and Strategy; Oxford University Press, 2004, p.201

Nenhum comentário:

Postar um comentário