Há um dado informal, bastante
difundido entre os escritórios de patentes, de que os documentos de patentes
incluiriam cerca de 70 a 90% da tecnologia considerada relevante e assim não se
justificaria buscas fora dos bancos de patentes. Essa informação é baseada em
um estudo publicado em 1977 pelo Departamento de Comércio norte-americano [1]. O
artigo se refere a dois documentos, um dos quais feito pelo Office of
Technology Assessment & Forecast (OTAF), e outro realizado em conjunto
pelo OTAF, Universal Oil Products, e pela American Chemical Society.
Pesquisas mais recentes confirmam este percentual[2]. Dados da OMPI indicam que
cerca de um milhão de novas famílias de documentos são publicadas anualmente
enquanto que coleções de matéria não patentária tais como as compiladas pela Thomson
Reuters, abrangendo cerca de 4500 revistas científicas e 2000 anais de
conferências incluem cerca de 800 mil novos registros por ano, o que indica que
cerca de 60% do total de novos registros é publicado em documentos patentes.[3]
Segundo Arora[4]
estima-se que entre 28% a 40% de todas as inovações são patenteadas na Inglaterra. Segundo Arora cerca de 42% dos produtos novos
de firmas inovadoras são patenteados.[5]
Terapane em estudo de 1978 sobre
cerca de 400 patentes norte-americanas tomadas aleatoriamente conclui que 70%
da tecnologia revelada nestes documentos não serão publicadas em nenhum outro
documento. Liebesny em estudo de 1974 mostra que apenas 5.77% da informação
técnica contida em documentos de patentes é publicada em literatura não
patentária posteriormente. Mervyn Bregonje em 2011 ao analisar patentes que
tratam de polímeros observa que apenas 403 compostos dos 5434 citados em
patentes, foram publicados em literatura NPL (7.4%). Do total de 11755
polímeros citados em documentação patentária e NPL, o estudo mostrou que os
5434 objeto de patentes correspondem a um total de 43% dos polímeros presentes
nas publicações [6].
Arundel e Kabla [7] mostram que o percentual de
inovações patenteadas varia significativamente por setor tecnológico sendo
maior em fármacos (79%), química (57%), mecânica (52%) e instrumentos de
precisão (56%) e inexpressivo em têxteis (8%), indústria de metais como aço e
alumínio (14%) e empresas de transportes (21%).
[1] USPTO/Department
of Commerce. The uniqueness of Patents as a Technological Resource. OTAF
– The Office of Technology Assessment and Forecast. Eighth Report, dez. 1977
U.S. Government Printing Office. p. 23-43 apud MARMOR, Alfred. The
technology assessment and forecast program of the United States patent and
trademark office. World Patent Information. v. I, n.1, jul.
1979, p. 15-23.
[2] GRYNSZPAN, Flávio; PEREIRA, Maurício
Guedes. A utilização da documentação de patentes como subsídio para
pesquisas. Revista de
Administração, v. 20. jul. set.1985, p. 22-26.
[3] COUTEAU, Olivier.
Forward searching - A complement to keyword- and class-based patentability
searches, World Patent Information, janeiro,2014
[4]
Arora, A., Suma, Athreye, Can, Huang, 2013. Innovation, Patenting and Licensing
in the UK: Evidence from the SIPU survey. UK intellectual Property Office, December
2013. http://www.ipo.gov.uk/ipresearch-sipu.pdf.
[5]
Arora, Ashish, Cohen, Wes, Walsh, John, 2016. The acquisition and
commercialization of invention in American manufacturing: incidence and impact.
Res. Policy 45 (6), 1113–1128
[6] BREGONJE,
Mervyn. Patents: A unique source for scientific technical information in
chemistry related industry? World Patent Information, n.27, 2005, p.
309-315.
[7] ARUNDEL,
Anthony; KABLA, Isabelle. What percentage of innovations are patented?
empirical estimates for European firms. Research Policy v.27, 2008, p.
127-141.
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