quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Invenções tecnológicas e métodos financeiros nos Estados Unidos


Em 2015 o PTAB em JP Morgan Chase v.Intelectual Ventures[1] declinou em aplicar a revisão relativas a patentes de métodos financeiros (CBM review – Covered Business Method) previsto na seção 18(a)(1)(C) do America Invents Act. Segundo a definição legal uma patente de método financeiro significa que a patente reivindica um método ou aparelho correspondente para executar o processamento de dados ou outras operações usadas na prática, administração ou gerenciamento de um produto ou serviço financeiro, exceto pelo fato de que o termo não inclui as patentes para invenções tecnológicas. [2] A patente em questão US5745574 da Intelllectual Ventures tratava de método que usava criptografia de chave pública para certificar comunicações eletrônicas de forma segura. A JP Morgan alegou que a técnica de criptografia é usada no estado da técnica para quase todas as transações financeiras eletrônicas e, portanto, a patente se dirigia a uma atividade relativa ao processamento de dados financeiros. O PTAB, contudo, entendeu que as reivindicações tinham aplicação geral e não estavam limitadas a uma aplicação específica e, portanto, não se enquadrava na previsão do AIA como método financeiro. Em Google Inc. v. Unwired Planet, LLC[3] o PTAB entendeu que a patente poderia ser enquadrada como método financeiro e confirmou que este enquadramento não está limitado a produtos ou serviços da indústria de serviços financeiros apenas. A patente US7203752 trata de método de controle de acesso a informações locais para dispositivos de comunicação sem fio que é solicitada por um aplicativo do cliente. O método é usado de forma complementar a produtos ou serviços financeiros tais como bancos. O sistema detecta quando um dispositivo sem fio está presente na área de um banco para iniciar o envio de informação de propagando relevante. Em Experian Marketing Solutions v. Rpost Communications uma patente referente a método de comprovação de envio de email foi considerado um método financeiro porque as reivindicações citavam a aplicação em e-commerce: “a presença da implementação e-commerce torna claro que as reivindicações de método tem utilidade em processos financeiros”. Em Motorola Mobility v. Intellectual Ventures trata de serviços de distribuição para atualização automática de computadores foi considerado uma invenção tecnológica (technological invention) e portanto não se enquadra no sistema CBM. Em Square Inc. v. Think Computer Corporation um sistema de pagamentos eletrônico em que os participantes podem agir seja como ccompradores ou vendedores foi considerado uma invenção não técnica (non technical invention). [4]

Em agosto de 2015 em Microsoft Corp. v. ADC Technology [5] a patente é referente a transmissão de um software de um videgame e karaokê que inclui um sistema de cobrança quando a transmissão é completada. O PTAB entendeu que não é necessário nestes casos uma citação literal na reivindicação para um porduto ou serviço financeiro para que haja o enquadramento como método de fazer negócios. A atividade financeira pode ser considerada indidental ou complementar. O titular por sua vez argumentou que a reivindicação resolve um problema técnico ao prevenir o acesso não autorizado ao programa ou dados. O PTAB, contudo, entendeu que as reivindicações eram dirigidas a um hardware genérico combinado com programação de rotina não identificando um problema técnico, uma vez que o problema em questão era relativo a compra de cartuchos de jogos. A patente portanto, foi enquadrada para revisão pelo sistema CBM. Portanto se um elemento do relatório descritivo executa uma atividade financeira e a reivindicação não menciona nada mais do que um hardware convencional e software de rotina, a patente provavelmente será enquadrada no sistema CBM.[6]

Em decisão de outubro de 2015 o PTAB considerou como ideia abstrata uma reivindicação de método de agendamento de reuniões em uma rede de estações de trabalho interativas e que compreende a apresentação de um convite de participação ao usuário, a habilitação para se definir atributos deste convite, assim como atribuir priorizações de cada atributo de modo a determinar o nível de prioridade da reunião. O PTAB considerou ideia abstrata o conceito de agendamento de reuniões e que a reivindicação não utiliza seja explicitamente ou implicitamente qualquer máquina particular para esta função. As reivindicações de sistema de de controle de reuniões e mídia de computador tendo gravado um programa de computador, ambas reproduzindo as memos elementos da reivindicação de método, foram compreendidas como igualmente ideias abstratas uma vez que Alice determina que as categorias de reivindicações não impactam na decisão de patenteabilidade da reivindicação como um todo.[7]

Em dezembro de 2015 em Apple v. Smartflash o PTAB analisou o enquadramento como pedido de revisão pelo CBM (covered business method) um sistema de acesso e armazenamento de dados para habilitar o download e pagamento de dados. O depositante alegou que o pedido não se enquadrava como méto financeiro, no entanto o PTAB discordou ao entender que o enquadramento como financeiro pelo CBM não deve se restringir a produtos e serviços somente da indústria financeira. Além disso o histórico legislativo índice que a frase “produtos ou serviços financeiros” deva ser interpretado de forma ampla. O PTAB conclui que a reivindicação não se enquadra como “invenção tecnológica” segundo o § 18(d)(1) do AIA porque as reivindicações não citam uma característica técnica que seja nova e não óbvoa dante do estado da técnica, além disso o porblem sendo resolvido é um “problema financeiro” ou seja, pirataria de dados. [8]



[1] J.P Morgan Chase v. Intellectual Ventures II LLC, CBM2014-00160 (PTAB Jan. 29, 2015) cf. GANDHI, Manoj. PTAB limits the scope o covered business method patent revies, 13/02/10215 http://www.lexology.com
[2] (a) For purposes of this section, the term “covered business method patent” means a patent that claims a method or corresponding apparatus for performing data processing or other operations used in the practice, administration, or management of a financial product or service, except that the term does not include patents for technological inventions. (b) Technological invention. In determining whether a patent is for a technological invention solely for purposes of the Transitional Program for Covered Business Methods (section 42.301(a)), the following will be considered on a case-by-case basis: whether the claimed subject matter as a whole recites a technological feature that is novel and unobvious over the prior art; and solves a technical problem using a technical solution 37 CFR § 42.301 http://www.bitlaw.com/source/America-Invents-Act/18.html
[3] CBM2014-00006, Paper 11 (April 8, 2014) cf. WEISENBERGER, Theresa. CBMS not limited to products or services of the financial services industry, 30/04/2014 http://www.lexology.com
[4] DAY, Jones. Defining the Covered Business Method Patent, agosto 2015, http://www.jonesday.com/defining-the-covered-business-method-patent-08-27-2015/
[5] CBM2015-00026 (PTAB, July 3, 2015)
[6] EMERY, McDermott. More guidance on “financial service or product” for instituting CBM review, 27/08/2015 http://www.lexology.com
[7] HERNDON, Joseph. PTAB Issues Questionable 101 Decision, 26/10/2015 http://www.patentdocs.org/2015/10/ptab-issues-questionable-101-decision.html
[8] A Solution to Business Problems May Not Be a Technological Invention, 23/12/2015, http://www.lexology.com

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