Na Alemanha
a legislação estabelece que os modelos de utilidade devem ter "erfinderischer Schritt" um nível
menor de inventividade que o exigido para patentes de invenção: "erfinderische Tätigkeit“. Iván Poli
observa já na década de 1960 que doutrinadores alemães, como Joachim Conrad,
criticavam a exigência de mérito inventivo aos modelos de utilidade sugerindo
sua eliminação por completo. [1] Geoffrey
Lyinfield, escrevendo em 1968 já apontava a subjetividade como estes conceitos
vinham sendo utilizados: “Nos últimos
anos, o requisito de altura para uma invenção se foi, e nos dias de hoje, há
provavelmente pouca diferença entre a patente de invenção e o modelo de
utilidade a este respeito”.[2] Na
mesma época Alberto Bercovitz alega que a jurisprudência alemã e a generalidade
da doutrina entendem que para é preciso uma menor altura inventiva para os
modelos de utilidade do que para as patentes. Wilhelm Trüsledt, contudo,
argumenta que não faz sentido em se falar de altura inventiva maior ou menor, pois
a delimitação do que está dentro das capacidades de um técnico no assunto não é
suscetível de graduação: a solução está presente ou não dentro das
possibilidades colocadas ao técnico no assunto. [3] Uma Corte Federal alemã em decisão de 2006 conclui que
apesar da legislação utilizar qualificadores distintos para o nível de
inventividade de uma patente (erfinderischen Tätigkeit - atividade inventiva) e
um modelo de utilidade (erfinderischen Schritts – passo inventivo), estes podem
ser usados como sinônimos. A decisão da Corte alemã teve o propósito de
garantir o mesmo nível de segurança jurídica para modelos de utilidade e
patentes. [4]
[1]
POLI, Iván Alfredo. El modelo de
utilidad. Buenos Aires: Ed. Depalma, 1982, p.60
[2] LYNFIELD,
Geoffrey. German utility models. Industrial
and Intellectual Property in Australia, Australia, ano v, v.4, 1968 cf.
BARBOSA, Antonio Figueira. Sobre a propriedade
do trabalho intelectual, UFRJ:Rio de Janeiro, 1999, p.125
[3]
BERCOVITZ, Alberto. Consideraciones sobre
la novedad y la altura inventiva en las patentes de invención y en los modelos
de utilidad, Actas de derecho industrial y derecho de autor, Tomo 1, 1974,
p. 269
[4] German
Federal Supreme Court (Bundesgerichtshof, BGH) June 20, 2006, X ZB 27/05, 2006
GRUR 842 – Demonstrationsschran, cf. KONIGER, Karsten. Registration without examination: the utility model – a useful model ?
In. Wolrad Prinz zu Waldeck und Pyrmont, Martin J. Adelman, Robert Brauneis,
Josef Drexl and Ralph Nack. Patents and Technological Progress in a Globalized
World, 2009, p.24 cf. DING, Yuan. Should
China Keep the Present Utility Model System? A Look at the Experiences of
Germany, Japan, and the United States and the Prospect in China. Munich
Intellectual Property Law Center (MIPLC) Master Thesis (2010/11) p.21
http://ssrn.com/abstract=2135463; http://ipkitten.blogspot.com.br/2016/01/ingres-conference-on-developments-in.html
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