domingo, 9 de março de 2014

Barbosa Lima Sobrinho e as patentes

O nacionalista Barbosa Lima Sobrinho defende a tese do economista Ragnar Nurkse de que o “capital se faz em casa”, porém, reconhece a importância do investimento estrangeiro na capacitação tecnológica, citando o exemplo do Japão no qual o Estado “assumiu o encargo de promover o desenvolvimento tecnológico, dentro de um programa mais amplo, que não se limitava a obter patentes, mas que as integrava num sistema em que o Japão viesse a ser não copiador passivo e inerte, mas também criador de processos, com que ampliar e completar o efeito das patentes que iam sendo adquiridas”. [1] Quantitativamente a maior proporção do capital estrangeiro que entrou na economia japonesa foi, principalmente, sob a forma e empréstimos públicos e através de licenciamentos de patentes e transferência de tecnologia e know how. Longe de descumprir o pagamento de direitos pelo uso de tecnologia patenteada o Japão ao invés de uma imitação servil conseguiu inserir tais tecnologias em sua economia de forma dinâmica de modo a promover aperfeiçoamentos tecnológicos e inovações. Para Barbosa Lima Sobrinho: “a difusão da tecnologia é um imperativo da própria patente. E é dessa forma que ela, antes de ser um obstáculo, converte-se num impulso para o desenvolvimento, como condição de utilidade e rendimento das patentes”.

Barbosa Lima Sobrinho [2]



[1] SOBRINHO, Barbosa, Lima. Japão: o capital se faz em casa, Rio de Janeiro:Paz e Terra, 1990, p.85, 91, 168
[2] http://www12.senado.gov.br/jornal/edicoes/2007/07/16/barbosa-lima-sobrinho-e-seus-varios-papeis

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