O
nacionalista Barbosa Lima Sobrinho defende a tese do economista Ragnar Nurkse
de que o “capital se faz em casa”,
porém, reconhece a importância do investimento estrangeiro na capacitação
tecnológica, citando o exemplo do Japão no qual o Estado “assumiu o encargo de promover o desenvolvimento tecnológico, dentro de
um programa mais amplo, que não se limitava a obter patentes, mas que as
integrava num sistema em que o Japão viesse a ser não copiador passivo e
inerte, mas também criador de processos, com que ampliar e completar o efeito
das patentes que iam sendo adquiridas”. [1]
Quantitativamente a maior proporção do capital estrangeiro que entrou na
economia japonesa foi, principalmente, sob a forma e empréstimos públicos e
através de licenciamentos de patentes e transferência de tecnologia e know how.
Longe de descumprir o pagamento de direitos pelo uso de tecnologia patenteada o
Japão ao invés de uma imitação servil conseguiu inserir tais tecnologias em sua
economia de forma dinâmica de modo a promover aperfeiçoamentos tecnológicos e
inovações. Para Barbosa Lima Sobrinho: “a
difusão da tecnologia é um imperativo da própria patente. E é dessa forma que
ela, antes de ser um obstáculo, converte-se num impulso para o desenvolvimento,
como condição de utilidade e rendimento das patentes”.
Barbosa Lima Sobrinho [2]
[1]
SOBRINHO, Barbosa, Lima. Japão: o capital se faz em casa, Rio de Janeiro:Paz e
Terra, 1990, p.85, 91, 168
[2] http://www12.senado.gov.br/jornal/edicoes/2007/07/16/barbosa-lima-sobrinho-e-seus-varios-papeis
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