Em 1968 Spencer Silver, químico da 3M
tentava sem sucesso desenvolver uma cola mais forte para os adesivos da
companhia. Seus experimentos ao contrário, produziram uma cola muito frágil que
não despertou o interesse da empresa [1]. Foi
então quando Art Fry, químico da 3M e colega de Silver, desenvolveu em 1974 o
Post It. A ideia surgiu quando Art Fry cantava no
coral da igreja e decidiu criar algo que o auxiliasse em manter as marcações do
livro de cânticos, que sempre caíam no chão.[2] Assim surgiu a ideia dos pequenos pedaços de papel com uma frágil cola, eficaz
para manter a fixação porém sem danificar os livros.[3] A empresa, embora reconhecidamente
inovadora, não se interessou pelo projeto alegando que o protótipo de uma
máquina para fabricar o produto levaria no mínimo seis meses de desenvolvimento.
Art Fry construiu o protótipo em um fim de semana trabalhando sem descanso. O
Departamento de Pesquisa de Mercado não acreditou no potencial de mercado do
produto, mas Art Fry tratou de distribuir amostras pessoalmente e provar que
havia demanda para o Post It. Hoje a invenção rende a empresa algo como US$ 400
milhões por ano[4]. A empresa 3M desde então adotou uma política de incentivo à
inovação que inclui a estratégia de permitir que a pessoa que desenvolve com
êxito um novo produto e inicia um novo negócio se torne o gerente geral do
negócio com a posição, remuneração, bônus e opções de compra de ações[5] A resistência da 3M à inovação neste caso não é um episódio isolado.
[1] WIPO. Learn from the past, create the future: inventions and patents,
Genebra: WIPO, 2007. p. 40.
[2] ROBERTS, Royston.
Descobertas acidentais em ciências, Campinas:Papirus, 1993, p.278
[3] PETROSKI, Henry. A
evolução das coisas úteis. Rio de Janeiro: Zahar, 2007, p. 98.
[4] STAL, Eva; CAMPANÁRIO,
Milton de Abreu; SBRAGIA, Tales. Inovação: como vencer esse desafio
empresarial. São Paulo: Clio Editora, 2006. p. 74.
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