A Brasilata, por exemplo, empresa no setor de embalagens de aço, se
enquadraria na taxonomia proposta por Pavitt como um setor dominado por fornecedores, cuja
tecnologia quase sempre é desenvolvida pelos fabricantes de máquinas e
equipamentos fornecedores desta indústria. Trata-se de uma indústria madura em
que as tecnologias de tampas para latas de aço, por exemplo, remontam a
patentes do início do século. Ainda assim a Brasilata conseguiu implementar uma
política pró-ativa de promoção de novas tecnologias de produto a partir dos
anos 90, atípica para empresas de seu setor, tendo sido depositados 32 pedidos
de patentes desde então.[1]
O primeiro contrato de licenciamento de latas redondas para tintas
com a tecnologia de Fechamento Plus desenvolvido pela Brasilata MU7400485 (posteriormente
modificada a natureza para patente de invenção) foi assinado em março de 2000,
com empresa Renda do Recife. Em abril de 2003 a Brasilata assinou com o grupo
Zapata, o maior fabricante mexicano de latas de aço, o seu primeiro contrato de
licenciamento internacional, de onde espera entrar no mercado norte americano,
para tanto a empresa conseguiu patente nos Estados Unidos para a mesma
tecnologia.
O aço brasileiro tem sido taxado no mercado norte-americano e
europeu, por isso a Brasilata espera exportar sua tecnologia como aço
processado, escapando desta forma das penalizações impostas ao aço in natura.
As patentes norte americanas (US5899352) e europeia (EP706468) foram decisivas
para adoção desta estratégica exportadora pela empresa.
[1] BARBIERI, José Carlos. Organizações Inovadoras: estudos e casos brasileiros.,
Rio de Janeiro: FGV, 2004, p. 10, 80
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